terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Natal de Todas as Luzes


Luz na rua, luz na praça, luz na janela, luz na árvore, luz no shopping, luz no prédio.

É o natal, cada vez mais, de todas as luzes. As cidades se enfeitam e o povo se diverte curtindo a metrópole iluminada.

Que pena que a luz na rua não dá direção à mente da menina abandonada que nela corre sem rumo!

Que pena que a luz na praça não dá lucidez ao bêbado caído no seu chão!

Que pena que a luz na janela não aquece o coração gelado da mulher traída que, nela debruçada, ainda chora a perda do seu grande amor!

Que pena que a luz na árvore não ilumina a mente daquele que destrói a natureza!

Que pena que a luz no shopping não faz a vida melhor do desempregado, que passeia por suas escadas rolantes, tentando explicar para os filhos mais um natal sem presentes!

Que pena que a luz no prédio não consegue penetrar nos lares, levando esperança à casamentos próximos do fim!

Que bom saber que a luz do Céu de Belém ainda brilha no coração de todo aquele que crê, trazendo direção, força, consolo, salvação e esperança!

Luz que não faz apenas o brilho da festa, mas que pode transformar em festa o coração!


Marcelo Gualberto.


Mulheres e crianças no caminho de Zambézia-Mz


Um menino nos nasceu, um filho se nos deu. #Isaias9.6 

Feliz dia Jesus! 





sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Madiba Mandela - A vida como obra

Nelson Mandela, o Madiba 1918-2013


''Eu celebrei a ideia de uma sociedade livre e democrática, na qual todas as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e o qual espero alcançar. Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual estou pronto para morrer.'' 
Madiba ao ser condenado a 27 anos de prisão, quando entrou para a História como defensor da liberdade e dos direitos dos desfavorecidos, da igualdade de oportunidades e do fim de todas as formas de opressão.


Nelson Mandela, o Madiba foi preparado desde criança para ser o conselheiro do rei em seu clã. Não foi conselheiro, nem rei, mas a sua educação de aristocrata, os estudos de advocacia, o carisma e dedicação à luta anti-apartheid fizeram dele o líder inquestionável do ANC e principal ícone da libertação da África do Sul. Não aceitou ser libertado da prisão, enquanto não fossem instituídos o fim do apartheid e o fim da proibição do ANC, o levantamento do estado de emergência e a libertação dos outros presos políticos.  Na África do Sul, é carinhosamente chamado por "Tata", que significa "pai", ou por "khulu" que é "grandioso". A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu o seu legado e instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela em defesa da luta pela liberdade, justiça e democracia. Em 1993 recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Lamento profundamente sua partida. Uma estranheza tomou conta do meu coração quando recebi a notícia de sua morte e minha memória me levou de volta aos estudos de África e do quanto era gostoso e desafiador ler/aprender com sua luta por dias melhores para seu povo e de como esse ideal alcançou uma nação, gerações e arrebentou as fronteiras de seu país. Lamento também por ter chegado tão perto dele (Moçambique faz fronteira com África do Sul e Mandela foi casado com Graça Machel ex- mulher do Presidente Moçambicano) e não ter tido a honra de vê-lo mesmo que de longe. O conforto  é que nem Obama conseguiu, rs.
Então fico com a História escrita e agora a História oral - as duas formas de aproximação! 

Tudo o que tenho para falar de Mandela será pouco e o muito não será exagero. Quero então compartilhar com vocês o que um cara legal escreveu hoje sobre Madiba. É um breve resumo de sua vida:

DEZ COISAS QUE MANDELA ENSINA

1. As distinções de raça, gênero e religião que caracterizam os seres humanos são menores do que seu estatuto comum de seres criados à imagem e semelhança de Deus

2. É possível sofrer o mal sem se tornar malvado


3. Valores como integridade, humildade e generosidade andam na contramão do mundo, mas apontam o norte verdadeiro

4. O amor é maior que o ódio, o perdão é maior que a vingança

5. A dignidade de um ser humano é seu patrimônio inalienável

6. Grandes mudanças políticas podem acontecer sem derramamento de sangue, e extraordinárias transformações sociais podem ser conquistadas pacificamente

7. O sofrimento se apequena diante de um coração alegre

8. Um espírito livre jamais pode ser encarcerado

9. O cuidado do pobre, do fraco e do que sofre não é um gesto de caridade, é um ato de justiça

10. O amor ao poder é maligno e promove a morte, o poder do amor é divino e promove a vida




Ed René Kivitz

Um tipo raro! Por toda a sua vida e luta, eu o torno em meu coração patrimônio da Humanidade e uma das maiores maravilhas /feituras do Criador. O céu está em festa!




    Kanimambo Madiba! 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

AcampaNasce Moçambique - A causa

Rá!
Depois de outra malária (28/08) seguida de um repouso mais longo... tô de volta pra contar um pouco sobre um dos Projetos que faço parte e é claro, uma das razões/causas de estar aqui: o Acampanasce Moçambique. 

Ministério de Retiros e Acampamentos. Um projeto da #MissãoPronasce

Setembro foi recheado de novidades e desafios. Escolha dos jovens para fazer parte da equipe de treinamento para este Ministério e a organização/realização do sonho Dele pra nós e para Moçambique, nossas primeiras Atividades como Acampamento. Até aqui muita correria e a cada nova descoberta sobre a cultura africana, alterações no programa. Bah! Sobre as experiencias, conto depois! 

Fique ligado no calendário 2013:

Nosso primeiro Acampamento será o Conectados Dia e Noite (fim de semana chegando = frio na barriga)!


Nosso primeiro Retiro será o JESUS É MEU HERÓI com uma galerinha daora do Orfanato Vida, Projeto da minha família da Guatemala. 


A terceira atividade do ano será o Acampamento CONECTADOS DIA E NOITE II. Decidimos manter o tema já que serão outros adolescentes/acampantes. 


Quem não tem uma causa pela qual morrer não tem motivo para viver. (Martin Luther King Jr.)

#Partiu daqui a 12 horas estaremos (equipe e eu) na Fazenda da #MissãoNasce a espera dos nossos primeiros acampantes!

A Ele toda honra e toda Glória!

Abraço de urso.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Chapa #Partiu


Imagine um espaço físico em que cabem de 15 a 18 pessoas. Agora coloque 30. Agora pense que esse mesmo espaço está em uma zona sísmica, em que tudo sacode o tempo todo + toda a poeira que nem mesmo Ivete Zangalo conseguiu levantar + baldes de suor escorrendo nas pessoas + alta velocidade + ferros apontados pra tudo o que é lado (lataria velha) e é claro ao som de Leonardo, Zezé e Luciano ou para nossa alegria: Esse cara sou eu ♪ isso é um Chapa – transporte coletivo de Moçambique!  E é o meio de transporte mais barato que existe. Por MT$ 5 (cerca de 0,60 centavos) você se move de um lado a outro da cidade. Aí você pergunta como então, os chapeiros sobrevivem cobrando esse valor por passageiro? #milagre 

 Minha primeira viagem em um foi no ano passado quando visitei o país e logo que cheguei pra residir comecei a utilizar esse meio de transporte. Eis que te digo: é tenso! É seguro? Bom, né… A combinação estradas africanas + vans caindo aos pedaços + superlotação = risco total de acidentes e eles acontecem muito.
Regras do chapa:
1)          Dois corpos podem sim ocupar o mesmo espaço. Newton estava errado! rs
2)        Onde cabem dois, cabem três ou quatro.
3)       “É que nem coração de mãe: sempre cabe mais um”.
4)       “Essa é a hora africana” para se referir ao fato de que africanos, no geral, estão sempre atrasados. Bom, vejam só: o meio de locomoção comum é o chapa, e o chapa só anda lotado. Se saio de casa faltando 30 min para chegar onde preciso, pode ser que eu precise de mais 20 ou 30min. Aqui não tem essa de horário e de ponto. Existem alguns poucos pontos localizados na baixa (centro) da cidade que se refere a saída pro seu destino, agora onde tu vai e precisa parar e se vai conseguir chegar no horário marcado é outra estória...
Chapa aberto (nesse não tenho coragem!)

Em cada banco, desenhado para três pessoas, devem sentar-se quatro ou cinco. No banco do passageiro, à frente, são três. Atrás deste, e atrás do motorista, “cabem” mais quatro. E você fica à vontade pra imaginar como fica a organização do restante dos assentos...
Meu herói do chapa é o cobrador, como disse em outro post ele é quem organiza a viagem. Geralmente vai em pé, todo torto e quando mesmo torto não cabe dentro da van, ele vai com metade do corpo pra fora, segurando na porta. É ele quem ouve todas as reclamações das pessoas, e ele quem coloca a vida constantemente em risco.
Chapa fechado (à direita o cobrador herói) *Foto retirada da internet

Onde tem povão, tem um cadim de confusão né? E pra quem me conhece sabe que meu sobrenome é: ‘’tô no meio’’. Calma gente, é alto defesa! É que eu só não curto o momento ‘’casquinha’’ que os gajos(rapazes) tiram de mim quando está muitíssimo lotado. Casquinha é o termo usado pra muzungu, por que para as mulheres daqui é assédio sexual. Xiii pá, eu fico muito brava por mim e pelas moçambicanas. Nass! 
E quando o cobrador grita: ‘’tô a cobrari’’ e eu entrego a nota e ele diz que não tem troco e exige na hora que eu desça no meio do nada por que ele não tem troco?. Às vezes eu penso que além das 456 pessoas dentro do chapa ainda estão 690 anjos me protegendo lá dentro. rs
Protesto nas ruas de Moçambique contra o assédio sexual de mulheres nos chapas

Gente, mesmo com todas essas zicas e riscos eu descobri que no fundo, bem lá no fundo eu gosto disso. Quando tive malária fiquei duas semanas de repouso e no final do tratamento fui ao médico e voltando de boleia (carona) pra casa, disse pra minha amiga: ‘’ ai que vontade de voltar pra casa de chapa’’, respondeu minha amiga: ‘’a malária deixou sequelas em você’’!
É sério, apesar de tudo, eu me divirto muito e é claro, conheço gente e aprendo mais da sua moçambicanidade.

Chapa é assim: não se sabe como vai chegar, só se sabe que se chega lá! Eu uso esse transporte todos os dias e o que eu tenho pra dizer é: fique de olhos bem abertos, segura na mão de Deus e vai! Quando chegar ao destino final, grita ‘paragem’ ou ‘saídaaaaa’ e torce para o cobrador ouvir!
... Esse cara sou eu ♪ 

Abraço de urso!


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Quanto vale um Metical?


Compreender a moeda moçambicana é algo que está me tomando certo tempo. A moeda chama-se Metical. Lembra um pouco o Cruzeiro, mas não sei se o novo ou o velho (ou ainda se já era Cruzado  lá no início de 90). Em cada nota, seja de grande ou de pequeno valor, está estampado o rosto do herói moçambicano, o primeiro presidente da República, Samora Moisés Machel. Atrás é um pouco como o Real; dependendo da nota, está a figura de um diferente animal, símbolo da diversidade da fauna nativa – o que muda é que ao invés de onças e araras eles têm, claro, girafas, rinocerontes, elefantes...


Além do dinheiro de papel, o Metical tem também algumas moedas: MT$ 0,50, MT$ 1, MT$ 2, MT$ 5 e MT$ 10. Essas não tem nenhum desenho especial – muito embora as moedas pequenas tenham formatos diferentes do tradicional redondo.O valor de um Metical? No momento são necessários 29 MT$ para se comprar apenas US$ 1. E com R$ 1 compra-se MT$ 12. Confesso a minha luta pra entender isso, as vezes tem que dividir, as vezes multiplicar, aí que eu estudei História e não Matemática. rs

 Tá pensando que sou a versão africana do Eike Batista? Nãooo, os preços aqui são altos, por que nós estrangeiros não seguimos o Real, seguimos o dólar. E estrangeira como eu que recebe doações/ofertas em Real está sempre no limite. Viu que zica?! Só para dar alguns exemplos: em um restaurante nada chique é possível comprar um prato de arroz, salada e frango e tomar Coca-Cola por algo em torno de MT$ 450, ou seja, uns R$ 38,00. Uma tinta de cabelo custa 540 meticais que dá em média 45 reais, a mesma tinta no Brasil custa 15,00 reais. O kg de café de gente que ama café custa em média MT$ 960 = a R$ 80,00 reais! O “transporte público” custa MT$ 5 uns R$ 0,60 mais ou menos. É claro que, de todo jeito, estamos falando de uma moeda que nos é extremamente barata, só que tudo custa muitas moedas baratas entende? ex: o aluguel de uma casa simples com dois quartos custa MT$ 15 MIL em Real isso dá mais ou menos 1,250,00. É difícil julgar se algo é caro ou barato quando os preços de algumas coisas são tão absurdas para os muzungos. 

O que, para mim, tem sido difícil entender é o real valor das coisas em si. Não estou acostumado com uma moeda que não lida com bases normais de um, dois, cinco, dez… Meu truque? Eu corto um zero, ou melhor, arrasto a casa decimal – a famosa vírgula – de tudo para a esquerda. Portanto, MT$ 20, para mim, são R$ 2, MT$ 100 são R$ 10, e as moedas de MT$ 1 e de MT$ 5 trato como os nossos centavos.
E NÃO, essa técnica milenar de fazer a conversão de Real para Metical nunca está certa!  Nem tente fazer isso que vai ser zica! Mas até eu aprender direitinho vou me virando assim. Sou do tipo que não suporta ficar calculando tudo no meio do povão.

Agora, o segredo aqui em Moçambique é que o comércio é basicamente todo e qualquer serviço funcionam muito na base da negociação. Esse é um aspecto da cultura africana – e digo africana porque dizem que é do mesmo jeito na África do Sul, na Zâmbia, Quênia e em Gana, países bem diferentes de Moçambique – muito difícil de se entender. E ser branco (muzungo) significa que você tem toda a negociação CONTRA SI!
O preço das coisas aqui chega a variar até mesmo dependendo da minha pronúncia da palavra Metical. Mas é sabido por todos que o primeiro preço que é dito nunca é o verdadeiro. Isso se aplica a mercados, táxis, chapa – o tal “transporte público” -, cabeleireiro, até mesmo à propina (que é um problemão por aqui). 

Na prática, isso tudo significa que, à moda mesmo africana, até algo banal como sair às compras pode durar horas e pode frustrar muita gente. Mesmo sendo brasileira, acostumada a esse tipo de comércio de negociação, acostumada com essa cultura, admito que tudo é um tanto estressante. 

Se visitar o país, lembre-se sempre de nunca pagar o preço que lhe disserem na primeira vez. Para não ser enganado, o truque é negociar tudo de forma exaustiva.
Enquanto isso... ''Não, obrigada. Está muito caro!''

 Abraço de urso! 


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O que você quer ser quando crescer?


Quando eu era criança, quis ser astronauta, frentista de posto de gasolina, bióloga para salvar as tartarugas marinhas, ecologista para abraçar e proteger as árvores... o restante fica por conta da sua imaginação (sinto vergonha alheia de mim mesma) quando conto mais sobre o que queria ser.  Não estava nos meus muitos sonhos de infância ser educadora e aos 3.0 de vida ser missionária/voluntária em África. Ainda bem que eu não controlo o meu guidom! E eu sou tão feliz com Ele na direção! Eita Deus cheiroso!

 É muito comum perguntarmos a crianças o que elas pretendem ser quando crescidas, porque sabemos que vamos ouvir as respostas mais absurdas possíveis, o que, vamos combinar, é daora não é mesmo?!
Já há algumas semanas tenho conversado com grupos de crianças órfãs e vulneráveis. A epidemia do HIV, na província onde vivo, já matou milhares de pessoas e não é nada incomum encontrar nas comunidades mais afastadas e/ou aldeias, casas inteiras em que não viva um adulto – lugares onde o “líder” da família é um garoto de dez anos de idade.

Os miúdos: Jovência, Vanessa e Bito
Isso tudo me fez pensar no que é infância para essas crianças, e onde ficam os sonhos delas. Eu quero enquanto puder estar junto, não ensinar esses garotos e garotas apenas alguma habilidade manual para a vida, mas também tentar dar-lhes espaço para serem crianças. 
E aí, na semana passada, resolvi fazer a pergunta que para mim é algo natural. O que vocês sonham ser quando crescerem?
“Quero ser cobrador de chapa”, respondeu Bito, um rapazinho de nove anos.
“Vou vender legumes no mercado”, disse-me uma menininha já um pouco mais velha.
A realidade delas me atingiu: essas crianças não estão preocupadas em ser astronautas; elas querem sobreviver, e as primeiras coisas que pensam são aquelas profissões que dão retorno financeiro imediato.
Os Chapas, são o transporte de massa de Moçambique – e de boa parte da África. Mas o trabalho de cobrador é um dos menos cômodos do mundo. Ele geralmente vai em pé, todo torto, por caminhos sinuosos e esburacados, sem conforto nenhum. É ele quem ouve todas as reclamações das pessoas, e ele quem coloca a vida constantemente em risco – se o motorista decide levar mais gente do que cabe fisicamente no chapa (o chapa geralmente contem 15 assentos, mas o motorista coloca 26 a 30 pessoas lá dentro) o cobrador vai pra fora do carro, segurando-se na porta. E sim, ainda assim esse era o sonho daquele garoto. 

Essas aí são crianças que não têm nem em quem espelhar-se, não têm heróis, não têm pai nem mãe. Não é que não tenham ambições maiores, elas tem. Muitas querem ser médicas, engenheiras, e a maior parte sonham em se tornar professores.  Mas agora estão preocupadas em como continuar a viver e garantir o sustento de suas casas.
Me peguei pensando também que nós, no Brasil, temos uma relação de amor e ódio com nossos professores da escola. Não me lembro de muitos coleguinhas querendo ser professores, eu mesma não queria ser, rs. Tá ligado que os professores da escola são a figura mais próxima de um pai ou mãe que esses miúdos têm né?!

Fiquei com isso na cabeça. Outro dia, tive uma resposta de uma garotinha de dez anos que me fez rir. “Vou crescer e ir com a muzunga lá pro Brasil! Vais me levar pra ser atriz da novela!”.
Pelo menos isso parece que não muda do Brasil pra cá. Rs

                     Vanessa (blusa cor de rosa) quer ser atriz de novela                              
Eu tenho aprendido muito com as crianças aqui sobre responsabilidades no lar, obediência e honra à família, com a falta de oportunidade de estudos e consequentemente a luta, sim, aqui se luta muito pra ter uma vaga na escola e dá-se muito valor quando se consegue ingressar nos estudos.
Todos os meus estudos foram em instituições públicas, tive grandes dificuldades financeiras mas nunca tive que pagar por minha matrícula sendo ela gratuita. Sempre andei de dois a quatro quarteirões pra chegar na escola e não 5, 7, 10 ou 15km a pé. Tive lanche gostoso todos os dias e os cadernos mais lindinhos que minha mãe comprava. Nunca fiz apenas uma refeição por dia. Tive guarda-chuva, nunca cheguei ou voltei da escola chorando por que todos os livros foram molhados (o choro é pelos livros e não pelo cabelo, roupas ou sapatos), tive que ajudar nas tarefas do lar, mas a maior parte do dia era para brincar. Tive família. Minha infância não foi violada por crimes ou pela cultura.

Tenho pedido perdão a Deus por que tive todos os direitos/deveres da infância garantidos por Lei e por minha família e não dei tanta importância ou não aproveitei como deveria. Foi preciso vir a África para ser grata a Ele pela minha infância e por toda a minha vida.

Jovência: Ela entrou no meu coração! 

Oro para que a graça do Deus vivo seja sobre as crianças de Moçambique. E que antes mesmo delas serem quando crescerem o que desejam na infância, sejam primeiramente crianças do Reino de Deus e que esta nação, que o Governo, que a Igreja, que a família, que os estrangeiros e todo o mundo cuidem delas como presente e não como ''futuro da nação, da Igreja...''. 
Oro para que eu tenha o olhar e o amor de Jesus por elas e que eu não viva um só dia sem a presença delas e que perceba nelas aquilo que o Mestre deseja ver em mim.
E Que o seu coração seja sensível a presença e a necessidade delas. 

No amor daquEle que disse: 
''Que o maior no reino era quem fosse como uma criança; E que quem quisesse entrar no reino tinha de se tornar como uma criança.''

Abraço de urso.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

(SOBRE)viver a primeira malária

De todos os posts que desejo fazer, este definitivamente não estava na lista dos 100 primeiros. Pouco mais de um mês  e o inevitável para quase todos os nacionais e estrangeiros me aconteceu: A Dona mosquita transmissora da malária me encontrou!

Para quem não conversou comigo nesse meio tempo, deve estar se perguntando “como é malária?”. Bem, vou tentar descrever um pouco em palavras o que eu sei sobre a doença e o que senti.

Existem quatro tipos de malária no mundo e, assim como a dengue, cada tipo apresenta sintomas e gravidades diferentes. A doença é causada por um bichinho que entra no seu sangue após ser picado por um mosquito que pica (principalmente, mas não exclusivamente) durante o nascer e o pôr do sol, e é só a fêmea que carrega o tal do bichinho, ou plasmodium. E não, não existe vacina contra a malária!

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a malária está presente em praticamente todos os países do hemisfério Sul, em quase todo o continente Africano e em boa parte da Ásia. Pois é, Brasil tem malária também! A diferença, como eu disse, é que existem tipos de malária; cada uma causado por um parasita diferente.

Aqui em Moçambique, o tipo mais comum de malária  é justamente o tipo mais perigoso, conhecido como malária maligna e é causada pelo plasmodium falciparum. Essa malária é uma que rapidamente sobe para o cérebro e pode causar comas e morte cerebral antes mesmo que a pessoa desenvolva sintomas mais graves.
Já deu para perceber como é que eu fiquei depois de descobrir que tinha isso, né? Brincadeira, ela não me assusta. Tá bom, assusta um pouquinho só!

 Segundo a OMS, foram mais de 665 mil mortes causadas pela doença só no ano de 2010 – dado mais recente que encontrei (tô meio lesada, melhor não confiar na minha pesquisa) -, e anualmente cerca de 220 milhões de pessoas são infectadas com o parasita. Os piores casos? Crianças, que, também segundo a OMS, têm uma taxa de mortalidade de uma a cada minuto só na África. 
Os povos africanos, aparentemente, têm resistência maior à malária. Aqui se alguém tem malária é como para nós quando alguém tem gripe. Ninguém se desespera, e é algo comum. E como a ação do remédio é pior do que os sintomas da malária, então muitos recusam a medicação ou administram da forma que querem e isso é = a morte. 

Graças ao bom e cuidadoso Deus o diagnostico da doença veio extremamente cedo. Essa é a principal dica para quem vem fazer trabalho voluntário ou simplesmente passear por qualquer país endêmico. Sentiu qualquer coisa, vá ao hospital. Aqui teste de malária é feito milhões de vezes por dia e em qualquer posto de saúde, por mais precário que seja. Também temos as clínicas particulares que é nossa opção (de muzungo) o por que desta escolha ''do particular'' conto em outro post.

Os sintomas da malária tipo F são parecidos com os da dengue, que são os mesmos de uma gripe forte: dores de cabeça, vômitos, calafrios, tonturas,  náuseas,e, acima de tudo, febre, falta de apetite e fraqueza muscular.  e ela faz com que os problemas de saúde que você tem ou teve na infância volte, e isso é tenso! Por exemplo, eu tive dores fortes nos ouvidos e garganta, são zicas raras de acontecer (provavelmente isso ocorreu bastante na infância). Sintomas a parte, a diferença entre gripe forte ou dengue é que OS PARASITAS SÃO RAPIDAMENTE MULTIPLICADOS NO SANGUE o que RAPIDAMENTE PODE TE LEVAR A MORTE se não for diagnosticado e tratado a tempo.Das zicas citadas os únicos sintomas que não tive foi febre e falta de apetite.

Quando recebi o resultado do exame, vi que o parasita ainda estava naquilo que eles chamam de “primeira onda”. Estavam em “pouca quantidade” (algo como 300 mil parasitas por cada microlitro de sangue. Sim, isso é o pouco). Logo me deram um remédio extremamente forte – quatro comprimidos de uma só vez a cada 12h. Ah, e todos os sintomas vem com força nos horários em que tomamos o medicamento, é o momento do ''piseiro'' entre ele e o parasita.

Enfim, depois de quase duas semana de remédios fortes, muita zica e também muito repouso (eu não gosto de repouso), finalmente fiz um teste de controle e estou livre da malária. Confesso que ainda sinto uma dorzinha de cabeça e calafrios de vez em quando, mas acho que é mais psicológico que qualquer coisa.
Uma dica para quem pretende vir para essas bandas: Quando chegar faça tudo para evitar a zica: use repelente, durma com cortinado, evite sair a noite... eu fiz tudo isso!  Pelo menos tenho a consciência tranquila, rs.

 Mas se você for notável assim como eu, então se ligaê! Se algo acontecer fora da sua rotina não ignore os sintomas e faça mil análises se preciso for!

Ah, teve piadinhas do tipo:  “Soninha, fique feliz porque finalmente pegaste uma doença que nossos médicos não só sabem diagnosticar como sabem tratar” e também por que me atrapalhei com a quantidade da primeira dose...eram quatro comprimidos (Coartem) mas eu tomei um somente. Daí os trocadilhos ''Não é Umtem, é quatrotem e blá blá blá'' pelo menos a galera foi ao delírio e rolou muitas gargalhadas!

Uma observação digna de nota: Nunca deixe de vir a África por causa de suas epidemias.

Abraço de urso!


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Oi gente!





Um mês se passou desde que cheguei em África! E acredite, há muito sobre tudo o que se pode imaginar em contos que quero lhe contar. 
Das viagens nos chapas (meio de transporte coletivo), das visitas a Igrejas e cultos que tenho participado, da equipe de trabalho, das belezas naturais que tanto me encantam, da moeda que ainda me deixa confusa - Quanto é esse valor em Real ou Dollar? - dos dialetos, da alegria permanente nos rostinho das crianças, da força da mulher moçambicana, das tradições religiosas, da família, das festas de casamentos, aniversários, dos velórios, das magias, feitiçarias e encantamentos, da culinária, das visitas aos orfanatos, dos sonhos das pessoas que aqui estão para contribuir com a reconstrução social do país, da falta de água (um mês tomando banho de caneca), da poeira como segunda pele, do friiiiio, da instabilidade política, do começo do fim da vaidade, das novas amizades, dos projetos sociais e dos possíveis impedimentos, do ritmo de trabalho do povo e da sua moçambicanidade, da herança dos colonizadores, do Acampanasce, das canções em dialetos cuja composição se limita a duas frases que são repetidas por várias vezes e que falam ao meu coração e tomam por inteiro a minh'alma! 

Status: em busca de uma rotina que me proporcione um tempo para lhe contar mais sobre o dia-a-dia em Moçambique! 
Até breve.

Abraço demorado. 

terça-feira, 9 de julho de 2013

Porque quando o nosso amor não é o suficiente, o Dele foi. O Dele É.




Bete tem 72 anos e morava na cidade do Dondo quando foi levada e abandonada pela família nas ruas da Cidade da Beira. Ela pesa pouco, está enfraquecida. Aparentemente batalha contra  a SIDA/HIV e tuberculose e contra todas as complicações que vem com os dois. 
Ao ver Bete, lembrei dos lares de idosos onde fui voluntária no Brasil e de como era penoso conviver com o abandono e maus tratos aos idosos e de como isso afetava as minhas emoções. Também senti uma enorme saudade do meu amado pai/avô (in memoriam) e de tudo o que vivi e aprendi com ele no tempo em que era sua cuidadora.

Em Moçambique há muitos idosos abandonados. O Senhor colocou no coração de um casal de amigos missionários da Missão da qual faço parte, um profundo amor por eles e o desejo de cuidar como se cuida de um pai ou de uma mãe em sua velhice. Eles já possuem um terreno aqui em Moçambique para a construção de um lar de idosos. Peço ao Pai cuidadoso que lhes envie os recursos necessários para este projeto e que muitos idosos como em situação de risco e abandono sejam acolhidos por eles. 

Naquele encontro com Bete, me veio a mente a historia da mulher que estava sofrendo com uma hemorragia  havia doze anos, ela veio por trás Dele na multidão e tocou na borda do seu manto. Ela disse para si mesma: ''Se eu apenas tocar o Seu manto, ficarei curada.'' Entretanto, Jesus virou-se e a surpreendeu: ''Coragem filha, a tua fé te curou''. E aquela mulher foi curada a partir daquele momento. (Mt 9. 20-22).

Hoje, eu sou a mulher cujo o coração deseja ver Bete tocando nas vestes de Cristo. E que eu também tenha essa ousadia e que juntas possamos buscá-lo e conhecê-lo. ''SE EU APENAS TOCAR O SEU MANTO...''
E você sabe o que é mais surpreendente? Ele não está fora de alcance! Se eu abrir meu coração e meus braços, eu percebo que Ele está bem aqui, em todo o tempo e abrindo o caminho. As doces palavras de Isaías 6, inundam a minha mente: ''E a aba do Seu manto encheu o templo.'' Seu manto é grande, o suficiente para mim e para você, hoje e amanhã. Suficiente para encher e suficiente para transbordar.

Abraço demorado!

sábado, 29 de junho de 2013

Ponha a sua esperança em Deus



Enquanto caminhava pelo bairro onde estou morando provisoriamente, na cidade de Chimoio, encontrei uma garotinha sentada, coberta por uma manta. Seus olhos tristes, cansados e marejados me atraíram. Ela pega a minha mão e meu sorriso, que a força dar um sorriso de volta. Pergunto seu nome, ela responde bem baixinho... é Jovência. Logo vejo, que pela alegria das outras crianças, Jovência não está nada bem. Me aproximo mais e pergunto o que ela está sentindo e por que não está correndo e brincando com as outras crianças. Outra vez, com a voz bem fraquinha ela diz: ''estou com dores tia.'' 
Jovência tem 8 anos, é orfã de pai e mãe, mora em um lar provisório e está no segundo ano primário. Ela está de malária, é a 10°.

O Eterno sabe do desejo do meu coração de acolher os órfãos e sei que aqui esse sentimento se tornará cada vez mais forte. Eu oro pela vida da pequena Jovência, peço a Ele que dê uma família a ela e que sare todas as dores causadas por tantas malárias e pela perda dos seus. E eu quero estar com ela outras vezes e mostrar a ela como nós esperamos contra toda a esperança, acreditamos contra todo o impossível que Aquele que morreu para nos dar a vida está fazendo todas as coisas belas e perfeitas. Quero mostrar a ela Aquele que é vida e como sabemos, os Seus caminhos são melhores e superiores e que Ele está trabalhando todas as coisas para o nosso bem, ainda que não vejamos. E Se podemos pedir um milagre, pedimos à Ele. 

Afinal de contas, meu trabalho é pedir e crer sem vacilar. O trabalho Dele é todo o resto...


... A Ele, toda a nossa vida.

Abraço demorado!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Os Conflitos e a eminência de uma nova Guerra Civil





Há 20 anos, a guerra civil travada entre o governo Frelimo e as forças rebeldes da Resistência Nacional ­Moçambicana (Renamo) chegava ao fim.

Moçambique enfrentou 26 anos de guerra. Primeiro, para se emancipar de Portugal. Com a fundação da República Popular de Moçambique, em 1975, o governo foi entregue à Frelimo, partido único, de orientação socialista. Após a independência, mergulhou em novo conflito, na disputa interna pelo poder, até a assinatura do Acordo Geral de Paz entre os dois grupos, em 1992. Hoje, Frelimo e Renamo são os partidos que disputam o poder. E no momento a Renamo, (à sua maneira) parece estar reivindicando, de certa forma o cumprimento do acordo assinado em 92. Os ataques incitando uma nova Guerra Civil estão cada vez mais frequentes. Dhlakama, líder da Renamo diz estar disponível para encontro com Guebuza, presidente da República (Frelimo). Eu oro por este encontro, que ele aconteça o mais rápido possível e que de fato aconteça o dialogo entre eles.

Do ponto de vista da literatura, a guerra teve consequências gravíssimas. A Renamo, quando atacava uma aldeia, começava pela escola e matava os professores. E a escola deixou de existir em grande parte deste país. E era a escola o único veículo da língua portuguesa e era ela que fazia chegar os livros. Um trabalho imenso poderia ter sido feito para criar familiaridade com a escrita, mas houve um corte. E este é um país da oralidade. Poderíamos ter muitos mais jovens a escrever e a trazer também novas propostas na esfera política.

Mia Couto, meu escritor moçambicano favorito, foi membro da Frelimo. Durante a guerra pela libertação, deixou o curso de Medicina para ­infiltrar-se nos jornais coloniais e trabalhar a serviço do ideais da independência. Não integra mais o partido. No Brasil, teve dez títulos publicados. Durante as três últimas décadas, intensificou a dedicação à atividade de biólogo e pesquisador, criou e dirige uma ­empresa que faz estudos de impacto ambiental e leciona ecologia na maior universidade de Moçambique. Tornou-se um dos escritores de língua portuguesa mais traduzidos no mundo.Sim, esta é uma indicação daora! Se você deseja conhecer melhor Moçambique e sua moçambicanidade, comece por MIA COUTO. Minha leitura mais recente dele foi: E Se Obama Fosse Africano?

Também indico:

-Terra Sonâmbula

-Raízes de Orvalho

-O último voo do flamingo

-Contos do nascer da Terra

-Um rio chamado tempo, uma casa chamada Terra

-Cronicando
           
(Ao meu eterno professor de História da África - Neilson Mendes, a minha gratidão pelos saberes de África até aqui. Impossível falar de Couto sem me lembrar de você mestre! Eis que te digo: estou na terra do cara! Bah!!!)

Que a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guarde o coração e a mente das autoridades e de todo o povo de Moçambique.

Abraço demorado!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Do Reino lá do céu, embaixadora eu sou. #Moçambique




Desembarquei em Beira, capital de Sofala – MZ na tarde do dia 20 de junho. Entre voos e escalas foram 27 horas de viagem. O cansaço e os distúrbios causados pelo fuso horário (aqui são 5 horas à frente do Brasil) não tiveram nenhuma importância perto da alegria de estar novamente em casa. Fui muito bem recebida pelos amados Pastores da Igreja Videira: Roberto e Lucia, Cristiano e Jandira e toda a equipe de missionários e seminaristas da mesma, e alguns amigos moçambicanos que havia conhecido no ano passado. Foram muitos abraços de urso!

Ainda no aeroporto, percebi por parte de todos, o receio de uma nova guerra civil, é o assunto que rola. Nós estrangeiros estamos preocupados e com medo também, desde que cheguei já foram muitos ataques, alguns mortos, outros feridos, carros queimados, estradas bloqueadas, o valor dos alimentos que vem de fora subindo assustadoramente...Mas como não vivemos esse terror, não temos a dimensão dos perigos que esta nação tem, o de ver o derramamento de sangue entre irmãos. No momento as estradas que dão acesso ao Estado de Manica onde irei morar está bloqueada em alguns pontos. Pensando em nossa segurança, o casal de missionários da Missão com quem estou acompanhada na Beira e eu decidimos ficar por aqui até sentirmos segurança em partir.

Quando recebemos a notícia de que ficaríamos hospedados com os irmãos brasileiros da Videira, ficamos tranquilos, mas o Senhor nos surpreendeu ainda mais com sua bondade. Os amigos moçambicanos também quiseram nos abençoar com a hospedagem nesses dias de espera, soubemos que estava reservado/alugado um pequeno apto e um carro para nossa hospedagem e locomoção. Bah!
    Vista da janela do quarto de hóspedes - Beira/Sofala

Aqui em Beira tenho tenho tido a honra de conhecer e visitar os irmãos moçambicanos, alguns destes  possuem recursos e tantos outros sem nenhum, e em ambas as casas estou sendo exageradamente bem recebida. Tal cuidado é constrangedor! A definição mais próxima do que estou sentindo nesses dias pode estar contido na canção:  ''Do Reino lá do céu, embaixadora eu sou.'' E diante desse cuidado, como posso temer a guerra? Ele é o meu guardador!

Enquanto esperamos a calmaria, sigo em oração pela paz e dando graças ao Eterno pelas misericórdias! Aproveito também a cidade de lindas paisagens e de gente hospitaleira.
Se vier a Beira ou a qualquer cidade de Moçambique:

 -Respire gente e tente ouvir as suas histórias. Nenhum livro poderá imprimir estes contos;

 -Enquanto espera sua vez de atravessar a rua, não deixe de observar a calmaria na alma das pessoas que    tornam o transito uma loucura só;

-Sinta o cheiro do mar;

 -Ao contemplar o sorriso de uma criança, lembre-se que delas é o Reino dos céus e que pra você ter este Reino, precisa ser como ela;

 -Se espante e encante com a beleza das capulanas;

-Cante e dance um louvor ao Criador em dialeto com o povo de uma tribo;

 -Não se aborreça com a poeira, fumaça, cheiro do esgoto, banho de caneca ou a falta d’agua na descarga;

 -Não seja indiferente a malária, cuide-se! Mas que ela não tome toda a sua atenção, rs. 

 -Vá as compras nos grandes shoppings moçambicanos, tem de tudo estendido no chão, nunca se sabe o que é mercadoria ou poeira, mas o melhor produto é encontrado lá;

 -Tente entender a força e luta da mulher moçambicana;

 -Dê abraços demorados. É cafuné na alma!

 -Abra o seu coração para essa cultura e não deixe de perceber as diferenças entre as diferentes Áfricas em cada canto de cada cidade;

 -Aproveite para saborear, à moda moçambicana (com a mãos), toda a culinária. Recomendo o peixe assado com chima, matapa, maçamba, arroz de machamba com legumes, galinha a zambeziana e é claro: o pão de Moçambique;

 -Agende sua dieta para a próxima segunda-feira;

 -Ao sair de África, saiba que ela nunca mais sairá de você!

Abraços demorado!












domingo, 16 de junho de 2013

É canto que eu vi, bem antes de estar



O amor pelo Continente Africano, creio eu vem da Eternidade! isso mesmo, O Eterno colocou em mim esse amor mesmo antes que eu viesse a existir. Mas foi na Universidade quando estudei História da África que esse sentimento se tornou claro, palpável e o coração ficou desejoso de ir ao encontro de uma nação desse continente. Mais tarde conheci  e me juntei a uma galera daora, o Pronasce- Missão Integral entre os povos de Língua Portuguesa, providência Dele! 
Julho de 2012 foi um divisor de águas em minha vida - expiei a terra e tive a certeza de que o canto em África era Moçambique! 
Quase um ano depois (19 de junho) retorno ao canto que agora será também o meu canto e com um novo projeto/sonho de Deus para aquela nação - o AcampaNasce Moçambique Saiba mais em:      https://www.facebook.com/AcampaNasceMocambique?fref=ts

Este espaço foi criado para prosas/contos/cartas sobre o dia a dia em Moçambique, a próxima prosa será de lá. 
Chegaê!

A todos os intercessores e mantenedores do meu ministério, um abraço! Estamos juntos!

Aos CHEGADOS (Família, amigos e irmãos) uma canção: 
 Metade de mim é partida e a outra metade saudade

#Partiu

Soninha Castro.