terça-feira, 20 de agosto de 2013

Chapa #Partiu


Imagine um espaço físico em que cabem de 15 a 18 pessoas. Agora coloque 30. Agora pense que esse mesmo espaço está em uma zona sísmica, em que tudo sacode o tempo todo + toda a poeira que nem mesmo Ivete Zangalo conseguiu levantar + baldes de suor escorrendo nas pessoas + alta velocidade + ferros apontados pra tudo o que é lado (lataria velha) e é claro ao som de Leonardo, Zezé e Luciano ou para nossa alegria: Esse cara sou eu ♪ isso é um Chapa – transporte coletivo de Moçambique!  E é o meio de transporte mais barato que existe. Por MT$ 5 (cerca de 0,60 centavos) você se move de um lado a outro da cidade. Aí você pergunta como então, os chapeiros sobrevivem cobrando esse valor por passageiro? #milagre 

 Minha primeira viagem em um foi no ano passado quando visitei o país e logo que cheguei pra residir comecei a utilizar esse meio de transporte. Eis que te digo: é tenso! É seguro? Bom, né… A combinação estradas africanas + vans caindo aos pedaços + superlotação = risco total de acidentes e eles acontecem muito.
Regras do chapa:
1)          Dois corpos podem sim ocupar o mesmo espaço. Newton estava errado! rs
2)        Onde cabem dois, cabem três ou quatro.
3)       “É que nem coração de mãe: sempre cabe mais um”.
4)       “Essa é a hora africana” para se referir ao fato de que africanos, no geral, estão sempre atrasados. Bom, vejam só: o meio de locomoção comum é o chapa, e o chapa só anda lotado. Se saio de casa faltando 30 min para chegar onde preciso, pode ser que eu precise de mais 20 ou 30min. Aqui não tem essa de horário e de ponto. Existem alguns poucos pontos localizados na baixa (centro) da cidade que se refere a saída pro seu destino, agora onde tu vai e precisa parar e se vai conseguir chegar no horário marcado é outra estória...
Chapa aberto (nesse não tenho coragem!)

Em cada banco, desenhado para três pessoas, devem sentar-se quatro ou cinco. No banco do passageiro, à frente, são três. Atrás deste, e atrás do motorista, “cabem” mais quatro. E você fica à vontade pra imaginar como fica a organização do restante dos assentos...
Meu herói do chapa é o cobrador, como disse em outro post ele é quem organiza a viagem. Geralmente vai em pé, todo torto e quando mesmo torto não cabe dentro da van, ele vai com metade do corpo pra fora, segurando na porta. É ele quem ouve todas as reclamações das pessoas, e ele quem coloca a vida constantemente em risco.
Chapa fechado (à direita o cobrador herói) *Foto retirada da internet

Onde tem povão, tem um cadim de confusão né? E pra quem me conhece sabe que meu sobrenome é: ‘’tô no meio’’. Calma gente, é alto defesa! É que eu só não curto o momento ‘’casquinha’’ que os gajos(rapazes) tiram de mim quando está muitíssimo lotado. Casquinha é o termo usado pra muzungu, por que para as mulheres daqui é assédio sexual. Xiii pá, eu fico muito brava por mim e pelas moçambicanas. Nass! 
E quando o cobrador grita: ‘’tô a cobrari’’ e eu entrego a nota e ele diz que não tem troco e exige na hora que eu desça no meio do nada por que ele não tem troco?. Às vezes eu penso que além das 456 pessoas dentro do chapa ainda estão 690 anjos me protegendo lá dentro. rs
Protesto nas ruas de Moçambique contra o assédio sexual de mulheres nos chapas

Gente, mesmo com todas essas zicas e riscos eu descobri que no fundo, bem lá no fundo eu gosto disso. Quando tive malária fiquei duas semanas de repouso e no final do tratamento fui ao médico e voltando de boleia (carona) pra casa, disse pra minha amiga: ‘’ ai que vontade de voltar pra casa de chapa’’, respondeu minha amiga: ‘’a malária deixou sequelas em você’’!
É sério, apesar de tudo, eu me divirto muito e é claro, conheço gente e aprendo mais da sua moçambicanidade.

Chapa é assim: não se sabe como vai chegar, só se sabe que se chega lá! Eu uso esse transporte todos os dias e o que eu tenho pra dizer é: fique de olhos bem abertos, segura na mão de Deus e vai! Quando chegar ao destino final, grita ‘paragem’ ou ‘saídaaaaa’ e torce para o cobrador ouvir!
... Esse cara sou eu ♪ 

Abraço de urso!


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Quanto vale um Metical?


Compreender a moeda moçambicana é algo que está me tomando certo tempo. A moeda chama-se Metical. Lembra um pouco o Cruzeiro, mas não sei se o novo ou o velho (ou ainda se já era Cruzado  lá no início de 90). Em cada nota, seja de grande ou de pequeno valor, está estampado o rosto do herói moçambicano, o primeiro presidente da República, Samora Moisés Machel. Atrás é um pouco como o Real; dependendo da nota, está a figura de um diferente animal, símbolo da diversidade da fauna nativa – o que muda é que ao invés de onças e araras eles têm, claro, girafas, rinocerontes, elefantes...


Além do dinheiro de papel, o Metical tem também algumas moedas: MT$ 0,50, MT$ 1, MT$ 2, MT$ 5 e MT$ 10. Essas não tem nenhum desenho especial – muito embora as moedas pequenas tenham formatos diferentes do tradicional redondo.O valor de um Metical? No momento são necessários 29 MT$ para se comprar apenas US$ 1. E com R$ 1 compra-se MT$ 12. Confesso a minha luta pra entender isso, as vezes tem que dividir, as vezes multiplicar, aí que eu estudei História e não Matemática. rs

 Tá pensando que sou a versão africana do Eike Batista? Nãooo, os preços aqui são altos, por que nós estrangeiros não seguimos o Real, seguimos o dólar. E estrangeira como eu que recebe doações/ofertas em Real está sempre no limite. Viu que zica?! Só para dar alguns exemplos: em um restaurante nada chique é possível comprar um prato de arroz, salada e frango e tomar Coca-Cola por algo em torno de MT$ 450, ou seja, uns R$ 38,00. Uma tinta de cabelo custa 540 meticais que dá em média 45 reais, a mesma tinta no Brasil custa 15,00 reais. O kg de café de gente que ama café custa em média MT$ 960 = a R$ 80,00 reais! O “transporte público” custa MT$ 5 uns R$ 0,60 mais ou menos. É claro que, de todo jeito, estamos falando de uma moeda que nos é extremamente barata, só que tudo custa muitas moedas baratas entende? ex: o aluguel de uma casa simples com dois quartos custa MT$ 15 MIL em Real isso dá mais ou menos 1,250,00. É difícil julgar se algo é caro ou barato quando os preços de algumas coisas são tão absurdas para os muzungos. 

O que, para mim, tem sido difícil entender é o real valor das coisas em si. Não estou acostumado com uma moeda que não lida com bases normais de um, dois, cinco, dez… Meu truque? Eu corto um zero, ou melhor, arrasto a casa decimal – a famosa vírgula – de tudo para a esquerda. Portanto, MT$ 20, para mim, são R$ 2, MT$ 100 são R$ 10, e as moedas de MT$ 1 e de MT$ 5 trato como os nossos centavos.
E NÃO, essa técnica milenar de fazer a conversão de Real para Metical nunca está certa!  Nem tente fazer isso que vai ser zica! Mas até eu aprender direitinho vou me virando assim. Sou do tipo que não suporta ficar calculando tudo no meio do povão.

Agora, o segredo aqui em Moçambique é que o comércio é basicamente todo e qualquer serviço funcionam muito na base da negociação. Esse é um aspecto da cultura africana – e digo africana porque dizem que é do mesmo jeito na África do Sul, na Zâmbia, Quênia e em Gana, países bem diferentes de Moçambique – muito difícil de se entender. E ser branco (muzungo) significa que você tem toda a negociação CONTRA SI!
O preço das coisas aqui chega a variar até mesmo dependendo da minha pronúncia da palavra Metical. Mas é sabido por todos que o primeiro preço que é dito nunca é o verdadeiro. Isso se aplica a mercados, táxis, chapa – o tal “transporte público” -, cabeleireiro, até mesmo à propina (que é um problemão por aqui). 

Na prática, isso tudo significa que, à moda mesmo africana, até algo banal como sair às compras pode durar horas e pode frustrar muita gente. Mesmo sendo brasileira, acostumada a esse tipo de comércio de negociação, acostumada com essa cultura, admito que tudo é um tanto estressante. 

Se visitar o país, lembre-se sempre de nunca pagar o preço que lhe disserem na primeira vez. Para não ser enganado, o truque é negociar tudo de forma exaustiva.
Enquanto isso... ''Não, obrigada. Está muito caro!''

 Abraço de urso! 


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O que você quer ser quando crescer?


Quando eu era criança, quis ser astronauta, frentista de posto de gasolina, bióloga para salvar as tartarugas marinhas, ecologista para abraçar e proteger as árvores... o restante fica por conta da sua imaginação (sinto vergonha alheia de mim mesma) quando conto mais sobre o que queria ser.  Não estava nos meus muitos sonhos de infância ser educadora e aos 3.0 de vida ser missionária/voluntária em África. Ainda bem que eu não controlo o meu guidom! E eu sou tão feliz com Ele na direção! Eita Deus cheiroso!

 É muito comum perguntarmos a crianças o que elas pretendem ser quando crescidas, porque sabemos que vamos ouvir as respostas mais absurdas possíveis, o que, vamos combinar, é daora não é mesmo?!
Já há algumas semanas tenho conversado com grupos de crianças órfãs e vulneráveis. A epidemia do HIV, na província onde vivo, já matou milhares de pessoas e não é nada incomum encontrar nas comunidades mais afastadas e/ou aldeias, casas inteiras em que não viva um adulto – lugares onde o “líder” da família é um garoto de dez anos de idade.

Os miúdos: Jovência, Vanessa e Bito
Isso tudo me fez pensar no que é infância para essas crianças, e onde ficam os sonhos delas. Eu quero enquanto puder estar junto, não ensinar esses garotos e garotas apenas alguma habilidade manual para a vida, mas também tentar dar-lhes espaço para serem crianças. 
E aí, na semana passada, resolvi fazer a pergunta que para mim é algo natural. O que vocês sonham ser quando crescerem?
“Quero ser cobrador de chapa”, respondeu Bito, um rapazinho de nove anos.
“Vou vender legumes no mercado”, disse-me uma menininha já um pouco mais velha.
A realidade delas me atingiu: essas crianças não estão preocupadas em ser astronautas; elas querem sobreviver, e as primeiras coisas que pensam são aquelas profissões que dão retorno financeiro imediato.
Os Chapas, são o transporte de massa de Moçambique – e de boa parte da África. Mas o trabalho de cobrador é um dos menos cômodos do mundo. Ele geralmente vai em pé, todo torto, por caminhos sinuosos e esburacados, sem conforto nenhum. É ele quem ouve todas as reclamações das pessoas, e ele quem coloca a vida constantemente em risco – se o motorista decide levar mais gente do que cabe fisicamente no chapa (o chapa geralmente contem 15 assentos, mas o motorista coloca 26 a 30 pessoas lá dentro) o cobrador vai pra fora do carro, segurando-se na porta. E sim, ainda assim esse era o sonho daquele garoto. 

Essas aí são crianças que não têm nem em quem espelhar-se, não têm heróis, não têm pai nem mãe. Não é que não tenham ambições maiores, elas tem. Muitas querem ser médicas, engenheiras, e a maior parte sonham em se tornar professores.  Mas agora estão preocupadas em como continuar a viver e garantir o sustento de suas casas.
Me peguei pensando também que nós, no Brasil, temos uma relação de amor e ódio com nossos professores da escola. Não me lembro de muitos coleguinhas querendo ser professores, eu mesma não queria ser, rs. Tá ligado que os professores da escola são a figura mais próxima de um pai ou mãe que esses miúdos têm né?!

Fiquei com isso na cabeça. Outro dia, tive uma resposta de uma garotinha de dez anos que me fez rir. “Vou crescer e ir com a muzunga lá pro Brasil! Vais me levar pra ser atriz da novela!”.
Pelo menos isso parece que não muda do Brasil pra cá. Rs

                     Vanessa (blusa cor de rosa) quer ser atriz de novela                              
Eu tenho aprendido muito com as crianças aqui sobre responsabilidades no lar, obediência e honra à família, com a falta de oportunidade de estudos e consequentemente a luta, sim, aqui se luta muito pra ter uma vaga na escola e dá-se muito valor quando se consegue ingressar nos estudos.
Todos os meus estudos foram em instituições públicas, tive grandes dificuldades financeiras mas nunca tive que pagar por minha matrícula sendo ela gratuita. Sempre andei de dois a quatro quarteirões pra chegar na escola e não 5, 7, 10 ou 15km a pé. Tive lanche gostoso todos os dias e os cadernos mais lindinhos que minha mãe comprava. Nunca fiz apenas uma refeição por dia. Tive guarda-chuva, nunca cheguei ou voltei da escola chorando por que todos os livros foram molhados (o choro é pelos livros e não pelo cabelo, roupas ou sapatos), tive que ajudar nas tarefas do lar, mas a maior parte do dia era para brincar. Tive família. Minha infância não foi violada por crimes ou pela cultura.

Tenho pedido perdão a Deus por que tive todos os direitos/deveres da infância garantidos por Lei e por minha família e não dei tanta importância ou não aproveitei como deveria. Foi preciso vir a África para ser grata a Ele pela minha infância e por toda a minha vida.

Jovência: Ela entrou no meu coração! 

Oro para que a graça do Deus vivo seja sobre as crianças de Moçambique. E que antes mesmo delas serem quando crescerem o que desejam na infância, sejam primeiramente crianças do Reino de Deus e que esta nação, que o Governo, que a Igreja, que a família, que os estrangeiros e todo o mundo cuidem delas como presente e não como ''futuro da nação, da Igreja...''. 
Oro para que eu tenha o olhar e o amor de Jesus por elas e que eu não viva um só dia sem a presença delas e que perceba nelas aquilo que o Mestre deseja ver em mim.
E Que o seu coração seja sensível a presença e a necessidade delas. 

No amor daquEle que disse: 
''Que o maior no reino era quem fosse como uma criança; E que quem quisesse entrar no reino tinha de se tornar como uma criança.''

Abraço de urso.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

(SOBRE)viver a primeira malária

De todos os posts que desejo fazer, este definitivamente não estava na lista dos 100 primeiros. Pouco mais de um mês  e o inevitável para quase todos os nacionais e estrangeiros me aconteceu: A Dona mosquita transmissora da malária me encontrou!

Para quem não conversou comigo nesse meio tempo, deve estar se perguntando “como é malária?”. Bem, vou tentar descrever um pouco em palavras o que eu sei sobre a doença e o que senti.

Existem quatro tipos de malária no mundo e, assim como a dengue, cada tipo apresenta sintomas e gravidades diferentes. A doença é causada por um bichinho que entra no seu sangue após ser picado por um mosquito que pica (principalmente, mas não exclusivamente) durante o nascer e o pôr do sol, e é só a fêmea que carrega o tal do bichinho, ou plasmodium. E não, não existe vacina contra a malária!

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a malária está presente em praticamente todos os países do hemisfério Sul, em quase todo o continente Africano e em boa parte da Ásia. Pois é, Brasil tem malária também! A diferença, como eu disse, é que existem tipos de malária; cada uma causado por um parasita diferente.

Aqui em Moçambique, o tipo mais comum de malária  é justamente o tipo mais perigoso, conhecido como malária maligna e é causada pelo plasmodium falciparum. Essa malária é uma que rapidamente sobe para o cérebro e pode causar comas e morte cerebral antes mesmo que a pessoa desenvolva sintomas mais graves.
Já deu para perceber como é que eu fiquei depois de descobrir que tinha isso, né? Brincadeira, ela não me assusta. Tá bom, assusta um pouquinho só!

 Segundo a OMS, foram mais de 665 mil mortes causadas pela doença só no ano de 2010 – dado mais recente que encontrei (tô meio lesada, melhor não confiar na minha pesquisa) -, e anualmente cerca de 220 milhões de pessoas são infectadas com o parasita. Os piores casos? Crianças, que, também segundo a OMS, têm uma taxa de mortalidade de uma a cada minuto só na África. 
Os povos africanos, aparentemente, têm resistência maior à malária. Aqui se alguém tem malária é como para nós quando alguém tem gripe. Ninguém se desespera, e é algo comum. E como a ação do remédio é pior do que os sintomas da malária, então muitos recusam a medicação ou administram da forma que querem e isso é = a morte. 

Graças ao bom e cuidadoso Deus o diagnostico da doença veio extremamente cedo. Essa é a principal dica para quem vem fazer trabalho voluntário ou simplesmente passear por qualquer país endêmico. Sentiu qualquer coisa, vá ao hospital. Aqui teste de malária é feito milhões de vezes por dia e em qualquer posto de saúde, por mais precário que seja. Também temos as clínicas particulares que é nossa opção (de muzungo) o por que desta escolha ''do particular'' conto em outro post.

Os sintomas da malária tipo F são parecidos com os da dengue, que são os mesmos de uma gripe forte: dores de cabeça, vômitos, calafrios, tonturas,  náuseas,e, acima de tudo, febre, falta de apetite e fraqueza muscular.  e ela faz com que os problemas de saúde que você tem ou teve na infância volte, e isso é tenso! Por exemplo, eu tive dores fortes nos ouvidos e garganta, são zicas raras de acontecer (provavelmente isso ocorreu bastante na infância). Sintomas a parte, a diferença entre gripe forte ou dengue é que OS PARASITAS SÃO RAPIDAMENTE MULTIPLICADOS NO SANGUE o que RAPIDAMENTE PODE TE LEVAR A MORTE se não for diagnosticado e tratado a tempo.Das zicas citadas os únicos sintomas que não tive foi febre e falta de apetite.

Quando recebi o resultado do exame, vi que o parasita ainda estava naquilo que eles chamam de “primeira onda”. Estavam em “pouca quantidade” (algo como 300 mil parasitas por cada microlitro de sangue. Sim, isso é o pouco). Logo me deram um remédio extremamente forte – quatro comprimidos de uma só vez a cada 12h. Ah, e todos os sintomas vem com força nos horários em que tomamos o medicamento, é o momento do ''piseiro'' entre ele e o parasita.

Enfim, depois de quase duas semana de remédios fortes, muita zica e também muito repouso (eu não gosto de repouso), finalmente fiz um teste de controle e estou livre da malária. Confesso que ainda sinto uma dorzinha de cabeça e calafrios de vez em quando, mas acho que é mais psicológico que qualquer coisa.
Uma dica para quem pretende vir para essas bandas: Quando chegar faça tudo para evitar a zica: use repelente, durma com cortinado, evite sair a noite... eu fiz tudo isso!  Pelo menos tenho a consciência tranquila, rs.

 Mas se você for notável assim como eu, então se ligaê! Se algo acontecer fora da sua rotina não ignore os sintomas e faça mil análises se preciso for!

Ah, teve piadinhas do tipo:  “Soninha, fique feliz porque finalmente pegaste uma doença que nossos médicos não só sabem diagnosticar como sabem tratar” e também por que me atrapalhei com a quantidade da primeira dose...eram quatro comprimidos (Coartem) mas eu tomei um somente. Daí os trocadilhos ''Não é Umtem, é quatrotem e blá blá blá'' pelo menos a galera foi ao delírio e rolou muitas gargalhadas!

Uma observação digna de nota: Nunca deixe de vir a África por causa de suas epidemias.

Abraço de urso!